domingo, 4 de outubro de 2009

Notícia bombástica.

Às vezes o povo esquece que a gente tem deficiência física. Não sei se isso acontece só comigo. Mas não é raro ter que, vez por outra, lembrar algumas pessoas sobre minha situação. Fico sem saber se o esquecimento é por distração ou visão além. No primeiro caso, o indivíduo ou a cidadã tem que ser bem avoadinho(a), convenhamos. No segundo caso, o da visão além, penso que algumas pessoas nos veem tão “normais” que precisam fazer um certo esforço para registrar que somos um cadim diferentes.

A mãe de uma amiga costuma falar que ela não consegue ver diferença alguma entre mim e as outras pessoas. Ela me diz: “você é tão normal...”. E acrescenta que isso chega a dar nervoso nela. Sinceramente, até hoje não sei se é para somente rir ou se é para rebater uma afirmação dessas.

Foi por causa de um desses esquecimentos que conto agora um mico pago por uma amiga que me telefonou, aflita, porque tinha uma fofoca quentíssima para me passar. Ela tascou:

- Meniiiiiiiiiiina, tenho uma notícia bombástica para te contar. Você nem vai acreditar... Olha só, se estiver em pé, senta!

Ó, céus! A doida não se ligou que minha condição física só me permite duas posições básicas, resumidamente falando, óbvio: sentada ou deitada. Ora pois! A referida amiga neeeeeeeeem se ligou no lance. No meu lance. Como eu não queria esmorecer o entusiasmo da criatura, mandei:

- Pera aí, deixa eu pegar uma cadeira... (Contei até cinco e ainda bufei, para dar a impressão real de que eu estava trocando a posição de em pé pela sentada). Pronto, agora manda a bomba!

Resolvida a questão. Deu para ter o prazer solitário de dar asas à distração da moça e de me divertir ao mesmo tempo. Fiz um espetaculozinho onde eu era palco e platéia. Meio tosco? Pouco importa. Bom mesmo foi não ter quebrado o clima. Tem mais. Houve ainda outra ironia do destino. Tudo bem que a amiga avoadinha esqueceu de minha condição física. Em compensação, lembro perfeitamente do fato até hoje, mas não consigo recordar de jeito nenhum qual era o tal babado fortíssimo. Ah... besteira, né? Afinal, era tudo detalhe mesmo... Hi hi hi.

5 comentários:

  1. Já passei algo semelhante. No segundo caso, que a pessoa não nos enxerga deficiente, acho bom, porque afinal de contas a gente não fica tãaaaao diferente assim porque está sentado, não é mesmo?

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  2. Olá.
    As pessoas se esquecem pq com o tempo de convivencia nos esquecemos sim da deficiencia e vemos apenas a pessoa independente da cadeira.
    Meu namorado é cadeirante e tenho certeza que se eu pedir para ele vir correndo aqui ler este post ele nunca iria se sentir magoado ou algo parecido.As pessoas usam palavras sem intenção de magoar, nao sabem as vezes lidar com as diferenças e tentam o seu melhor para fazer voce se sentir bem e acolhido só que infelizmente as vezes não acontece por um problema de interpretação. Talves voce ainda nao venceu seus proprios preconceitos. A cadeira é um acessorio a mais, nada além disso. As pessoas em sua maioria nao sabem lidar com o diferente, mas com paciencia, tolerancia e amor nós conseguiremos. E voce tb faz parte dessa mudança.Mude sua maneira de pensar.
    Fique com Deus

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  3. ai Claudia.... quantas vezes eu te chamei: "Claudia corre aqui!" hahaha
    e vc veio VOANDO??? HAHAHA

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  4. Pois é, Carlíssima, vim voando e cantando pneu! Hi hi.

    Beeeeeeijo e AMEI sua visita aqui.

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  5. olha eu me tornei cadeirante a pouco tempo, e digo que prefiro passar por isso, do que passar por doente mental, e eu ter que fala ! galera meu problema e na coluna não na cabeça.

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