quarta-feira, 21 de abril de 2010

Folia sobre rodas.

Tenho ouvido por aí que o carnaval de rua está voltando. Tomara! Lembro que na minha infância, e talvez menos na minha adolescência, a gente se divertia muito na rua nos dias de folia. Semanas antes da festa a garotada começava a preparar suas fantasias, que eram feitas às escondidas para não estragar a surpresa dos foliões que iriam nos ver fantasiados. Creio que nem as noivas fazem tanto mistério com seus vestidos como nós fazíamos com nossas indumentárias de carnaval.

Os rapazes se fantasiavam de mascarado ou clóvis ou bate-bola, sendo todos esses nomes sinônimos. O grande barato desse mistério acerca da vestimenta carnavalesca era o de não sermos reconhecidos pelos coleguinhas da rua ou pelos conhecidos. E as fantasias eram belíssimas, desde a combinação de cores do macacão até a ornamentação da capa (com belos bordados em lantejoula) que completava a indumentária.

Como não poderia ser diferente comigo, eu também cismei de me fantasiar de clóvis e queria ser igualmente não reconhecida pelos outros, como todo mascarado pretendia. Mas, por motivos óbvios, essa intenção ficou só na vontade mesmo. Apesar do fato de eu ser menina e poder optar por fantasias mais femininas, como a de havaiana, baiana e odalisca, teimei em sair de bate-bola, com macacão, máscara e tudo, num certo carnaval lá pela minha pré-adolescência.

Resultado: todo mundo me reconheceu no instante em que eu botei minhas queridas rodinhas na esquina. Fiquei tirica da vida! Voltei imediatamente para casa e, para a alegria de minha mãe, vesti minha fantasia de havaiana, amarelinha, linda. Saí de novo para a rua e ainda disse para a molecada que aquele macacão de bate-bola era muito quente e que estava me sufocando... Moral da história: mais importante do que não conseguir o anonimato foi ter uma desculpa estilosa para justificar meu plano B. Modéstia à parte, isso é que é ser chique no úrtimo!

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